Heart of Glass :: Capítulo I - Erro

Tudo na minha vida corria às mil maravilhas: tinha uma grande casa, com óptimos empregados, uma família mais do que perfeita, era rico, tinha todas as mulheres que eu quisesse e claro, era lindo de morrer. Mas tudo isto desapareceu numa só noite.
Era sábado à noite e, como habitual, estava no meu bar de eleição. Pagava uma bebida aqui, outra ali, todo o pessoal me adorava, a maioria eram desconhecidos que podia nunca mais voltar a ver mas eu não me importava. Nessa noite uma rapariga apareceu no bar, ela era loira, tinha olhos azuis, um corpo impressionante, impossível de resistir. Não esperei nem um segundo e fui falar com ela.
- Olá, estou a festejar com o pessoal, não te queres juntar a nós?
- Não gosto muito daqueles ambientes.
- Hmm, estou a perceber, és um pouco tímida.
- Sim, é mais ou menos isso.
- Tens mesmo a certeza que não te queres juntar a nós?
- Sim, eu acho que vou andando. Também já está a ficar tarde.
- Então espera. Eu levo-te a casa.
- Obrigado…
- … Adam. O meu nome é Adam, e o teu?
- Samantha, mas podes tratar-me por Sam.
- Vamos?
- Sim, mas só com uma condição.
- E qual é essa condição?
- Não tentes beijar-me.
Levei-a até casa, sempre com vontade de quebrar a condição que ela me tinha imposto.
Chegámos a casa dela e quando ela ia abrir a porta do carro, eu tranquei-a.
- Podes abrir a porta? – perguntou.
- Não sem antes fazer isto.
Agarrei-a e tentei beijá-la, ela estava a deixar-me fora de mim. Por fim consegui beijá-la mas assim que o fiz comecei a ver tudo a rodar à minha volta e antes de desmaiar, ela disse-me com um grande sorriso:
- Eu disse-te para não me tentares beijar.

Obrigado!

A todos os leitores do blog um grande obrigado pelas visitas, pelos 'Gosto', pelos mails que sempre me deram força para continuar. (:
O blog vai estar em pausa durante o mês de Março e prevê-se o seu regresso em Abril, com uma nova história.
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Mais uma vez muito obrigado a TODOS!

The Book :: Capítulo XX - Pedaços (Capítulo Final)

O gatilho tinha sido premido. Do cano da arma, uma bala saíra e perfurara o peito. O peito da Emma, pois tinha sido eu a premir o gatilho. Não sei como ganhei coragem para o fazer, mas eu tinha de salvar quem amava, e a Emma eu não amava mais. Ela tinha destruído todo o amor que alguma vez tivera por ela. Todos os momentos que tivemos simplesmente desapareceram.
- Porquê, James? A Caroline amava-te tanto. – disse ela, com muito esforço.
- Eu nunca, mas nunca deixei de amá-la. Sei que não tenho perdão pelo que lhe fiz, mas nunca duvides que a amei também. – respondi.
Uma lágrima começou a descer pelo rosto dela e pouco depois, fechou os olhos e morreu nos meus braços. De repente comecei a sentir cheiro a fumo. As velas tinham pegado fogo ao sótão.
Depressa, desatei a Sophie e a Kate das cadeiras e fugimos do sótão.
- Depressa! Saiam! – gritei.
- James! O pai! – disse a Sophie.
- Vai buscá-lo, eu levo a Sophie para fora da casa. – disse a Kate.
Todas as coisas que estavam no sótão arderam em segundos e rapidamente todo o andar de cima estava também a arder. A casa estava repleta de fumo das chamas. Desci as escadas e fui até à sala onde o meu pai ainda estava inconsciente no chão.
Agarrei nele, o fogo estava a alastrar tão depressa que tinha de agir rapidamente. Mas havia demasiado fumo o que tornava difícil, não só a minha respiração como a minha visão. Conseguia ouvir cada pedaço de madeira a ser queimado, tinha de chegar à porta, tinha de salvar o meu pai mas estava a tornar-se cada vez mais difícil. De repente, um pau em chamas caiu mesmo na nossa frente, não consegui aguentar mais, estava a asfixiar. Perdi os sentidos e desmaiei.
No dia do incêndio tive sorte de os bombeiros chegarem a tempo de me salvar a mim e ao meu pai.
Hoje, dez anos depois, foi quando voltei à minha casa. Agora, apenas restam cinzas e madeira queimada. Casei com a Kate e tivemos uma filha. Enquanto estávamos a ver o que sobrara da casa, a minha filha foi até perto de um armário partido. Voltou, e entregou-me um pedaço de papel que achara.
- Olha papá.
- O que é isto, Caroline?
Agarrei nele com a minha mão que ficara queimada no incêndio e vi que era a página do diário que eu tinha lido, há dez anos atrás, com a minha irmã:
“...e foi entre pólvora e fogo, que tudo acabou”.

------------------------------------- FIM -------------------------------------