tag:blogger.com,1999:blog-26483760317080273642024-03-12T22:53:30.342-07:00Heart of GlassLuis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-13897987999244199912011-07-24T09:29:00.000-07:002011-07-24T09:35:47.306-07:00NOVO BLOGUE!<div style="text-align: center;">a partir de agora podes encontrar todas as histórias em:</div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span"><a href="http://blood-tears-and-gold.blogspot.com/">http://blood-tears-and-gold.blogspot.com</a></span></div><div style="text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBaZUkTmdOu6H5dhhorklPOCBRXT-X2gf866_7DLwvOSkhumrkakLJd7H-vE1hVKyv1Bp5yDr_GSTFDKakSQMDmzASeIPkVF1dj8Nex_gyod27dTI0XZx5_-p9eSba7X6kzM3GR2PN/s400/BTG.png" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 88px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632958413995971170" /></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-80039312679081931392011-05-16T19:25:00.000-07:002011-06-24T18:05:17.836-07:00Heart of Glass :: Capítulo I - Erro<div style="text-align: justify;">Tudo na minha vida corria às mil maravilhas: tinha uma grande casa, com óptimos empregados, uma família mais do que perfeita, era rico, tinha todas as mulheres que eu quisesse e claro, era lindo de morrer. Mas tudo isto desapareceu numa só noite.</div><div style="text-align: justify;">Era sábado à noite e, como habitual, estava no meu bar de eleição. Pagava uma bebida aqui, outra ali, todo o pessoal me adorava, a maioria eram desconhecidos que podia nunca mais voltar a ver mas eu não me importava. Nessa noite uma rapariga apareceu no bar, ela era loira, tinha olhos azuis, um corpo impressionante, impossível de resistir. Não esperei nem um segundo e fui falar com ela.</div><div style="text-align: justify;">- Olá, estou a festejar com o pessoal, não te queres juntar a nós?</div><div style="text-align: justify;">- Não gosto muito daqueles ambientes.</div><div style="text-align: justify;">- Hmm, estou a perceber, és um pouco tímida.</div><div style="text-align: justify;">- Sim, é mais ou menos isso.</div><div style="text-align: justify;">- Tens mesmo a certeza que não te queres juntar a nós?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, eu acho que vou andando. Também já está a ficar tarde.</div><div style="text-align: justify;">- Então espera. Eu levo-te a casa.</div><div style="text-align: justify;">- Obrigado…</div><div style="text-align: justify;">- … Adam. O meu nome é Adam, e o teu?</div><div style="text-align: justify;">- Samantha, mas podes tratar-me por Sam.</div><div style="text-align: justify;">- Vamos?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, mas só com uma condição.</div><div style="text-align: justify;">- E qual é essa condição?</div><div style="text-align: justify;">- Não tentes beijar-me.</div><div style="text-align: justify;">Levei-a até casa, sempre com vontade de quebrar a condição que ela me tinha imposto.</div><div style="text-align: justify;">Chegámos a casa dela e quando ela ia abrir a porta do carro, eu tranquei-a.</div><div style="text-align: justify;">- Podes abrir a porta? – perguntou.</div><div style="text-align: justify;">- Não sem antes fazer isto.</div><div style="text-align: justify;">Agarrei-a e tentei beijá-la, ela estava a deixar-me fora de mim. Por fim consegui beijá-la mas assim que o fiz comecei a ver tudo a rodar à minha volta e antes de desmaiar, ela disse-me com um grande sorriso:</div><div style="text-align: justify;">- Eu disse-te para não me tentares beijar.</div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-16277249020152701022011-03-04T12:13:00.000-08:002011-03-04T12:27:13.931-08:00Obrigado!<div style="text-align: justify;">A todos os leitores do blog um grande obrigado pelas visitas, pelos 'Gosto', pelos mails que sempre me deram força para continuar. (:</div><div style="text-align: justify;">O blog vai estar em pausa durante o mês de Março e prevê-se o seu regresso em Abril, com uma nova história.</div><div style="text-align: justify;">Para alguma informação / parceria ou simplesmente para criar amizade têm disponíveis os links do meu facebook, twitter, tumblr, deviantART e também o e-mail na coluna da direita.</div><div style="text-align: justify;">Mais uma vez muito obrigado a TODOS!</div><div style="text-align: right;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjR-jpaYQkkaDULgkiQGvtmj3NXF-ZFPc8RmB2K9tVIC_kYsrA4_nawQmGO2jmvTG9eDPlPNhmrndumXyT7iEjK_cKUcaHn9C2KzJvuYdU0bepAmS8QUhBVOuKUKEdCtaE0emsV3w_/s200/Imagem1.png" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 186px; height: 100px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5580323954269413666" /></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-71193806624219875852011-02-26T17:13:00.000-08:002011-04-02T20:16:53.206-07:00The Book :: Capítulo XX - Pedaços (Capítulo Final)<div style="text-align: justify;"> O gatilho tinha sido premido. Do cano da arma, uma bala saíra e perfurara o peito. O peito da Emma, pois tinha sido eu a premir o gatilho. Não sei como ganhei coragem para o fazer, mas eu tinha de salvar quem amava, e a Emma eu não amava mais. Ela tinha destruído todo o amor que alguma vez tivera por ela. Todos os momentos que tivemos simplesmente desapareceram.</div><div style="text-align: justify;">- Porquê, James? A Caroline amava-te tanto. – disse ela, com muito esforço.</div><div style="text-align: justify;">- Eu nunca, mas nunca deixei de amá-la. Sei que não tenho perdão pelo que lhe fiz, mas nunca duvides que a amei também. – respondi.</div><div style="text-align: justify;">Uma lágrima começou a descer pelo rosto dela e pouco depois, fechou os olhos e morreu nos meus braços. De repente comecei a sentir cheiro a fumo. As velas tinham pegado fogo ao sótão.</div><div style="text-align: justify;">Depressa, desatei a Sophie e a Kate das cadeiras e fugimos do sótão.</div><div style="text-align: justify;">- Depressa! Saiam! – gritei.</div><div style="text-align: justify;">- James! O pai! – disse a Sophie.</div><div style="text-align: justify;">- Vai buscá-lo, eu levo a Sophie para fora da casa. – disse a Kate.</div><div style="text-align: justify;">Todas as coisas que estavam no sótão arderam em segundos e rapidamente todo o andar de cima estava também a arder. A casa estava repleta de fumo das chamas. Desci as escadas e fui até à sala onde o meu pai ainda estava inconsciente no chão.</div><div style="text-align: justify;">Agarrei nele, o fogo estava a alastrar tão depressa que tinha de agir rapidamente. Mas havia demasiado fumo o que tornava difícil, não só a minha respiração como a minha visão. Conseguia ouvir cada pedaço de madeira a ser queimado, tinha de chegar à porta, tinha de salvar o meu pai mas estava a tornar-se cada vez mais difícil. De repente, um pau em chamas caiu mesmo na nossa frente, não consegui aguentar mais, estava a asfixiar. Perdi os sentidos e desmaiei.</div><div style="text-align: justify;">No dia do incêndio tive sorte de os bombeiros chegarem a tempo de me salvar a mim e ao meu pai.</div><div style="text-align: justify;">Hoje, dez anos depois, foi quando voltei à minha casa. Agora, apenas restam cinzas e madeira queimada. Casei com a Kate e tivemos uma filha. Enquanto estávamos a ver o que sobrara da casa, a minha filha foi até perto de um armário partido. Voltou, e entregou-me um pedaço de papel que achara.</div><div style="text-align: justify;">- Olha papá.</div><div style="text-align: justify;">- O que é isto, Caroline?</div><div style="text-align: justify;">Agarrei nele com a minha mão que ficara queimada no incêndio e vi que era a página do diário que eu tinha lido, há dez anos atrás, com a minha irmã:</div><div style="text-align: justify;">“...e foi entre pólvora e fogo, que tudo acabou”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span">------------------------------------- FIM </span></b><b><span class="Apple-style-span">-------------------------------------</span></b></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-61915541832167263012011-02-21T17:33:00.000-08:002011-04-01T14:27:29.027-07:00The Book :: Capítulo XIX - Última Jogada<div style="text-align: justify;">Primeiro perdi a Caroline, depois a minha mãe, depois o John. Agora, a pessoa com que eu pensava passar a minha vida, revela-se uma espécie de psicopata que apenas vive pela vingança. A Sophie chorava, atada à cadeira, mesmo no centro do sótão, enquanto a Kate tinha uma arma apontada à cabeça.</div><div style="text-align: justify;">- Emma, tu tens de parar com isto. – disse.</div><div style="text-align: justify;">- Parar? James, eu mesmo agora comecei. Isto é o princípio da tua destruição.</div><div style="text-align: justify;">- Eu faço o que quiseres mas por favor pára!</div><div style="text-align: justify;">- A única coisa que eu quero que faças é que fiques quieto e aprecies o espectáculo.</div><div style="text-align: justify;">- Tu não estás bem, Emma. Deixa-me ajudar-te.</div><div style="text-align: justify;">- Ajudar-me? Como ajudaste a minha irmã, James? Tu é que não estavas bem quando a deixaste sozinha, grávida de ti.</div><div style="text-align: justify;">- Eu sei que não tenho perdão, mas isto não vai fazer com que a Caroline volte.</div><div style="text-align: justify;">- Tu não tens o direito de dizer o nome dela. Tu não vales nada.</div><div style="text-align: justify;">Ela levou a Kate, sentou-a e amarrou-a tal como a Sophie. Depois, acendeu duas velas e colocou o diário em cima de uma mesa. A Sophie estava à direita da mesa e a Kate à esquerda. Eu nunca tinha visto a Emma assim, sem dúvida que estava possuída pela raiva, pela sede de vingança. </div><div style="text-align: justify;">- Agora só precisamos esperar mais um pouco até que o Sol se ponha para a maldição do diário adormecer. Depois é só assumir o controlo das palavras. – disse ela.</div><div style="text-align: justify;">Eu estava completamente imobilizado, não ia arriscar tentar chegar à Sophie pois a Emma iria, sem qualquer problema, dar um tiro na Kate. Eu não sabia o que fazer ou o que mais dizer, mas aquilo não podia ir mais longe. Olhei para a janela e o céu estava negro. Era noite, o tempo acabara. Estava desesperado e quase sem pensar disse:</div><div style="text-align: justify;">- Mata-me a mim!</div><div style="text-align: justify;">- O quê? – perguntou a Emma.</div><div style="text-align: justify;">- Sim! Mata-me a mim em vez dela. Isto é entre nós dois, Emma.</div><div style="text-align: justify;">- Achas mesmo que eu te ia fazer essa vontade? Tu não vais morrer pelo teu pecado, vais antes viver e sofrer por ele.</div><div style="text-align: justify;">Ela abriu o diário. </div><div style="text-align: justify;">- Pára! Não leias o diário! – gritei.</div><div style="text-align: justify;">- Mas quem te disse que eu o vou ler? – disse, passando o livro para o lado esquerdo. – Kate, fazes o favor de ler?</div><div style="text-align: justify;">- Kate! Não!</div><div style="text-align: justify;">Não sei como consegui, mas corri rapidamente em direcção à Emma, empurrando-a para cima da mesa que se partiu. Agarrei na arma, tentando tirar-lha mas ela insistia comigo.</div><div style="text-align: justify;">- Tu tens de pagar, James! Tu tens de pagar! – gritou a Emma.</div><div style="text-align: justify;">Bum! A arma disparou.</div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-43226272363380955582011-02-18T18:32:00.000-08:002011-04-01T14:27:42.323-07:00The Book :: Capítulo XVIII - Passado<div style="text-align: justify;">As lágrimas começaram a percorrer o meu rosto. Naquela fotografia estava uma pessoa que eu muito amara mas que também muito fizera sofrer.</div><div style="text-align: justify;">- James, o que é isso? – perguntou a Kate.</div><div style="text-align: justify;">- Ela era irmã dela.</div><div style="text-align: justify;">- Quem, James, quem?</div><div style="text-align: justify;">- Toma. Vê.</div><div style="text-align: justify;">- Esta rapariga que está com a Emma, na fotografia, é irmã dela?</div><div style="text-align: justify;">- Sim. Agora percebo o porquê desta vingança.</div><div style="text-align: justify;">- Mas o que se passou com esta rapariga?</div><div style="text-align: justify;">- Caroline. Era esse o nome dela. Nós conhecemo-nos há mais ou menos 6 anos atrás. Apaixonei-me desde a primeira vez que a vi. Ela era linda. Algum tempo depois começámos a namorar, eu estava tão feliz e amava-la tanto.</div><div style="text-align: justify;">- Que aconteceu depois?</div><div style="text-align: justify;">- Um dia, a Caroline veio ter comigo. Disse que tinha um assunto muito importante para falar. Ela estava grávida. Ao princípio fiquei em choque, mas depois dei-lhe todo o meu apoio. Ela não podia voltar para casa, os pais dela não iam permitir. Então disse-lhe para fugirmos, para ir buscar as coisas dela e encontrar-se comigo ao pôr-do-sol, junto à fonte.</div><div style="text-align: justify;">- E para onde fugiram?</div><div style="text-align: justify;">- Eu não consegui. Eu não fui ter com ela e fugi, deixando-a sozinha à minha espera.</div><div style="text-align: justify;">- James…</div><div style="text-align: justify;">- Eu tive medo, estava completamente aterrorizado. Eu amava-a mas não estava preparado para ser pai… Meses depois voltei e soube que os pais a tinham obrigado a abortar e dias depois de isso acontecer ela suicidou-se. Eu nunca me vou perdoar pelo que lhe fiz. Nunca.</div><div style="text-align: justify;">- É por isso que a Emma se quer vingar. Ela quer que pagues pelo que a irmã dela sofreu.</div><div style="text-align: justify;">- Eu não sabia que elas eram irmãs. A Emma sempre me disse que não tinha família.</div><div style="text-align: justify;">Pouco depois, entrou um médico no meu quarto.</div><div style="text-align: justify;">- Sr. Knight, tenho boas notícias. Irá ter alta daqui a 2 dias.</div><div style="text-align: justify;">- Que bom, James. – disse a Kate.</div><div style="text-align: justify;">Durante os dois últimos dias que passei no hospital, a Kate continuou a visitar-me e combinámos que ela me ia buscar no dia seguinte, à tarde, quando tivesse alta.</div><div style="text-align: justify;">Arrumei todas as minhas coisas que estavam no hospital enquanto esperava pela Kate, mas ela não aparecia. Tentei ligar-lhe, mas não atendeu. Chamei um táxi e fui para casa. Quando entrei, o meu pai estava caído no chão da sala.</div><div style="text-align: justify;">- Pai, que aconteceu? Estás bem?</div><div style="text-align: justify;">- A Emma… Ela…</div><div style="text-align: justify;">- Onde é que ela está?</div><div style="text-align: justify;">O meu pai acabou por desmaiar, fui até ao primeiro andar.</div><div style="text-align: justify;">- Emma! Emma! Onde estás?</div><div style="text-align: justify;">Procurei por todo o lado, só me faltava o sótão. Entrei e a minha irmã estava lá, atada numa cadeira, com a boca tapada.</div><div style="text-align: justify;">- Sophie!</div><div style="text-align: justify;">- Nem mais um passo, James! – disse a Emma que apareceu, apontando uma arma à cabeça da Kate.</div><div style="text-align: justify;">- Que estás a fazer, Emma?</div><div style="text-align: justify;">- Isto vai ser muito simples. Tu tiraste-me a minha irmã… e eu agora vou tirar-te a tua.</div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-75271518333795975042011-02-16T18:06:00.000-08:002011-04-01T14:27:59.224-07:00The Book :: Capítulo XVII - Fuga<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;">Tentei afastá-la. Empurrei-a mas não tinha força suficiente.</div><div style="text-align: justify;">- Não tens salvação, James. É desta que vais pagar. – dizia ela.</div><div style="text-align: justify;">Estiquei a mão para tentar carregar no botão outra vez mas não consegui. Estava a sufocar, não aguentava muito mais tempo sem respirar. E o pior de tudo é que era a minha namorada, a pessoa que eu amava, com quem queria ficar para sempre, que me estava a tentar matar. Ouvi a porta do meu quarto abrir.</div><div style="text-align: justify;">- James! – gritou a Kate, que acabara de entrar.</div><div style="text-align: justify;">Ela puxou a Emma, tirando-a de cima de mim e eu pude voltar a respirar.</div><div style="text-align: justify;">- Que estavas a fazer? Estás louca? – perguntou a Kate.</div><div style="text-align: justify;">- E tu que não aparecesses para lhe salvar a vida.</div><div style="text-align: justify;">- Emma, tu não estás nada bem.</div><div style="text-align: justify;">- Eu estou perfeitamente bem, tenho um óptimo plano e nem tu nem ninguém se vão meter no meu caminho.</div><div style="text-align: justify;">- Dá-me o diário. Isto pode tornar-se muito perigoso.</div><div style="text-align: justify;">- Ainda bem, é mesmo disso que preciso.</div><div style="text-align: justify;">- Dá-mo!</div><div style="text-align: justify;">- Nunca!</div><div style="text-align: justify;">A Kate, de repente, esticou o braço e tirou-lhe o diário.</div><div style="text-align: justify;">- Devolve-me isso. – disse a Emma, atirando-se para cima da Kate.</div><div style="text-align: justify;">As duas começaram a brigar, derrubando tudo no quarto. A Kate agarrou no pescoço da Emma e disse:</div><div style="text-align: justify;">- És patética. És uma cabra patética.</div><div style="text-align: justify;">- Kate, pára! – disse-lhe – Estás a matá-la.</div><div style="text-align: justify;">Ela não parava e a Emma lutava para tirar as mãos dela do pescoço.</div><div style="text-align: justify;">- Pára! Estás a tornar-te como ela. Tu não és assim, Kate. Sempre me disseste a verdade, não és uma mentirosa como ela. – voltei a dizer-lhe.</div><div style="text-align: justify;">De repente, a Emma agarrou num pedaço de vidro que estava no chão e espetou-o na perna da Kate que a largou imediatamente.</div><div style="text-align: justify;">- Cabra e patética és tu, e por isso vamos voltar a encontrar-nos. – disse a Emma, que agarrou no diário e saiu a correr.</div><div style="text-align: justify;">Carreguei no botão e após algum tempo, chegou um médico. Disse-lhe o que se tinha passado, e ele telefonou para a polícia e levou a Kate para lhe tratar o ferimento.</div><div style="text-align: justify;">No dia seguinte, quando acordei, a Kate estava ao meu lado.</div><div style="text-align: justify;">- Kate, estás bem? – perguntei.</div><div style="text-align: justify;">- Sim, James. O corte não foi muito profundo, só precisei de alguns pontos. Mas isto não são as más notícias.</div><div style="text-align: justify;">- Que mais aconteceu?</div><div style="text-align: justify;">- A Emma conseguiu fugir. Foram ao apartamento dela, mas estava vazio. Ela desapareceu.</div><div style="text-align: justify;">- Temos de encontrá-la. Ela não está bem.</div><div style="text-align: justify;">- James Knight? – disse uma enfermeira que acabara de entrar no quarto.</div><div style="text-align: justify;">- Sim, sou eu. – respondi.</div><div style="text-align: justify;">Entregou-me um envelope e saiu. Abri-o e dentro tinha uma fotografia. Aquilo não estava a acontecer. Voltei a fotografia e atrás estava escrito:</div><div style="text-align: justify;">‘Três dias, James. Tique-taque, tique-taque…’</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-88819997594115698622011-02-13T18:39:00.000-08:002011-04-01T14:28:11.511-07:00The Book :: Capítulo XVI - 168 Horas<div style="text-align: justify;">Como é que isto podia estar a acontecer? A minha própria namorada. A pessoa que eu amo. Ela tinha o diário e isso só queria dizer uma coisa: tinha-me mentido sobre o assalto. Tinha sido ela a destruir o próprio apartamento para eu pensar que o assalto tinha sido real e que tinham levado o diário. Mas porque o queria? Saberia da história toda? Tentei controlar-me e fingi que continuava com amnésia.</div><div style="text-align: justify;">- Sim James, sou eu. – disse ela.</div><div style="text-align: justify;">- Já… Já estás aqui?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, queria ver como estavas. Ando muito preocupada contigo.</div><div style="text-align: justify;">Eu não estava a acreditar. Como é que ela poderia estar a ser tão falsa. Aquela não era a Emma que eu conhecia.</div><div style="text-align: justify;">- Como estás hoje? – perguntou-me – Já te lembras de alguma coisa?</div><div style="text-align: justify;">- Não… Não me lembro de nada, mas já tenho menos dores.</div><div style="text-align: justify;">- Que bom. Fico tão contente que estejas a melhorar.</div><div style="text-align: justify;">Ela passou o resto do dia comigo, mas eu não conseguia nem olhar para ela, por isso, fingi que estava a dormir. Durante um tempo ela saiu e voltou a deixar a mala na cadeira. Era a minha oportunidade, tinha de conseguir tirá-lo. Não me conseguia levantar, então estiquei o braço o mais que pude mas a cadeira estava longe da cama, não conseguia chegar lá, mas estava tão perto… Voltei a esticar o braço, estava a tocar na mala com a ponta dos dedos, estiquei mais uma vez, voltei a tocar na mala… e caí da cama, derrubando a cadeira e mala. De repente, a Emma entrou.</div><div style="text-align: justify;">- James? Que aconteceu? Enfermeira! Preciso de ajuda aqui!</div><div style="text-align: justify;">- Que aconteceu? – perguntou a enfermeira.</div><div style="text-align: justify;">- Saí para ir à casa de banho, ele estava a dormir, acabei de entrar no quarto e ele estava caído no chão.</div><div style="text-align: justify;">- Ajude-me a levantá-lo.</div><div style="text-align: justify;">Voltaram a colocar-me na cama, o meu braço partido doía mais do que nunca. A enfermeira deu-me uma injecção e voltei a dormir. Quando acordei já era noite. Ouvi passos no quarto e disse:</div><div style="text-align: justify;">- Kate? És tu?</div><div style="text-align: justify;">- Com que então ela vem ver-te durante a noite, afinal sempre é mais esperta do que eu pensava.</div><div style="text-align: justify;">Acendi a luz, era a Emma e tinha o diário na mão.</div><div style="text-align: justify;">- Que fazes aqui, Emma?</div><div style="text-align: justify;">- Era isto que tentavas tirar da minha mala? – perguntou, mostrando-me o diário.</div><div style="text-align: justify;">- Como é que tu foste capaz de me mentir assim?</div><div style="text-align: justify;">- Vá lá James, não vais começar com sentimentalismos, pois não? Foi só uma pequena mentira.</div><div style="text-align: justify;">- De todas as pessoas, eras a última que esperava fazer-me isto.</div><div style="text-align: justify;">- Pois, mas fiz. E agora este diário vai ser muito útil.</div><div style="text-align: justify;">- Para que queres o diário, Emma?</div><div style="text-align: justify;">- Depois vês, tenho uma coisinha preparada para ti.</div><div style="text-align: justify;">- Vou imediatamente chamar alguém. Tu enlouqueceste.</div><div style="text-align: justify;">Tentei carregar no botão para chamar a enfermeira mas ela agarrou-me no braço.</div><div style="text-align: justify;">- Devia ter acelerado mais o carro. – disse ela – Assim, não terias ficado 168 horas em coma e tinhas morrido logo de uma vez. Mas se não morreste à primeira, talvez morras à segunda.</div><div style="text-align: justify;">Agarrou numa almofada e forçou-a contra a minha cara.</div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-14612811846781715102011-02-10T18:24:00.000-08:002011-04-01T14:28:23.168-07:00The Book :: Capítulo XV - Memória<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify; ">Bip…Bip…Bip… Era o que ouvia quando comecei a acordar. Onde estava? Tinha dores em todo o corpo mas era a cabeça que me doía mais. Parecia que estavam a apertá-la. Devagar, comecei a abrir os olhos. Não consegui logo ver claramente onde estava, mas aos poucos, a minha visão começou a voltar. Havia alguém sentado ao meu lado, uma mulher. Era a Emma, estava a dormir. Tentei mexer-me mas as dores eram muitas. Tinha partido o meu braço direito, mas como? A última memória que tinha era que tinha ido para as montanhas. Um telemóvel começou a tocar e a Emma acordou. Olhou para mim.</div><div style="text-align: justify; ">- James, acordaste.</div><div style="text-align: justify; ">- Que se passou?</div><div style="text-align: justify; ">- Não te canses. O médico disse para descansares.</div><div style="text-align: justify; ">- Mas o que me aconteceu?</div><div style="text-align: justify; ">- Tiveste um acidente mas vais ficar bem. Agora dorme mais um pouco.</div><div style="text-align: justify; ">- Um acidente?</div><div style="text-align: justify; ">- James, não faças mais perguntas. Eu vou chamar o médico e ele explica-te tudo.</div><div style="text-align: justify; ">A Emma saiu e passado alguns minutos voltou com um médico que me contou o que me acontecera.</div><div style="text-align: justify; ">- O James foi atropelado. Teve muita sorte de ter sobrevivido. Tem várias fracturas e pode estar a sofrer de amnésia mas com o tempo vai voltar ao normal. Agora é aconselhável que descanse.</div><div style="text-align: justify; ">Tinha sido atropelado? Por quem? Eu não me lembrava de nada. Tentava recordar momentos recentes mas não conseguia, era como procurar algo numa caixa vazia. De repente comecei a ouvir alguém perto da porta do meu quarto.</div><div style="text-align: justify; ">- Eu preciso de falar com ele. Preciso ver como ele está. – reclamava alguém.</div><div style="text-align: justify; ">- Minha senhora, não pode entrar. O doente precisa de descanso absoluto. – respondiam.</div><div style="text-align: justify; ">Eu conhecia aquela voz, eu sabia quem era mas não me conseguia lembrar. A Emma levantou-se e disse:</div><div style="text-align: justify; ">- Eu vou ver o que se passa.</div><div style="text-align: justify; ">Os meus olhos começaram a pesar, comecei a sentir-me cansado e sem que desse conta, voltei a dormir.</div><div style="text-align: justify; ">- James? James? – alguém me chamava – James, acorda.</div><div style="text-align: justify; ">Devagar, voltei a acordar, mas agora já não via luz a entrar pela janela. Já não era dia.</div><div style="text-align: justify; ">- Quem está aí? – perguntei.</div><div style="text-align: justify; ">- Sou eu, a Kate. Tentei ver-te hoje, mas não me deixaram entrar.</div><div style="text-align: justify; ">Ela ficou comigo durante a noite e contou-me sobre um diário, sobre o John, sobre uma maldição e sobre o meu acidente. Eu não me lembrava de nada, mas sentia que podia confiar nela, que tudo o que ela me dizia era verdade. Ela saiu antes de amanhecer e eu voltei a descansar. Quando acordei, abri os olhos e vi uma mala em cima da cadeira ao lado da minha cama. Era de alguém que estava ali para me visitar. Voltei a olhar melhor para a mala, para o interior e vi uma coisa que me deu, como que um clique, no meu cérebro e voltou a fazer lembrar-me de tudo. Lembrei-me que tinha lido o diário de Harry Taylor, que o John morrera por causa disso, que tinha que destruir o diário para acabar com a maldição, que o apartamento da Emma tinha sido assaltado, que o diário desaparecera, que um carro vinha na minha direcção… Lembrei-me de tudo, porque o diário estava na mala dela, ali à minha frente. Ela entrou no quarto.</div><div style="text-align: justify; ">- James. Já estás acordado.</div><div style="text-align: justify; ">- Emma?</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-51497333470788738932011-02-06T17:29:00.000-08:002011-04-01T14:28:36.014-07:00The Book :: Capítulo XIV - Colisão<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify; ">- Tu és… - disse.</div><div style="text-align: justify; ">- Sim, James. Sou a filha de Harry Taylor, sou a filha que escapou, a qual nunca encontraram o corpo, pois eu não morri.</div><div style="text-align: justify; ">- Agora deste-me mais um motivo para eu desconfiar de ti.</div><div style="text-align: justify; ">- Em relação a quê?<span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></div><div style="text-align: justify; ">- Onde está o diário?</div><div style="text-align: justify; ">- A última vez que o vi estava contigo.</div><div style="text-align: justify; ">- Por isso mesmo. Tu viste-me com ele, seguiste-me, depois assaltaste a casa da Emma e levaste o diário. Confessa, foste tu.</div><div style="text-align: justify; ">- Acredita em mim, eu bem queria fazer isso tudo que disseste mas não fiz, queria falar contigo primeiro.</div><div style="text-align: justify; ">- Falar comigo? Porquê?</div><div style="text-align: justify; ">- Porque eu não te contei tudo sobre o diário.</div><div style="text-align: justify; ">- Então conta-me. Estou a ouvir.</div><div style="text-align: justify; ">- Aqui não, vamos para onde não possam ouvir a nossa conversa.</div><div style="text-align: justify; ">Saí da biblioteca com a Kate e fomos até um terreno abandonado. Que queria ela dizer-me sobre o diário? Haveria algo pior que eu ainda não sabia?</div><div style="text-align: justify; ">- Acho que aqui podemos falar mais à vontade. – disse a Kate.</div><div style="text-align: justify; ">- Mas afinal que me querias contar? O que é que ainda não sei sobre o diário?</div><div style="text-align: justify; ">- Eu vou contar-te tudo. Tenho andado à procura do diário do meu pai e todas as pistas que tinha vieram dar-me a esta cidade. No dia em que nos conhecemos, não foi por acaso.</div><div style="text-align: justify; ">- Não foi?</div><div style="text-align: justify; ">- Não. Eu ouvi-te falar sobre o diário no café, eu estava lá. Depois, fui atrás de ti até à biblioteca e fiz com que chocássemos. Contei-te sobre o diário para que mo mostrasses mas em vez disso foste lê-lo com a tua irmã.</div><div style="text-align: justify; ">- Eu não acreditei no que me disseste. Não acreditava em livros amaldiçoados.</div><div style="text-align: justify; ">- Não foste o primeiro a cometer esse erro mas agora já não podemos fazer nada em relação ao namorado da tua irmã. Agora, o que te queria contar é que daqui a duas semanas faz vinte anos que o meu pai morreu.</div><div style="text-align: justify; ">- E o que é que acontece?</div><div style="text-align: justify; ">- Eu descobri, que vinte anos depois de o livro ter sido amaldiçoado, quem o ler durante esse dia pode controlar a maldição. Ou seja, pode escolher o alvo daquilo que leu. É por isso que eu tenho que recuperar o diário.</div><div style="text-align: justify; ">- Para puderes controlar a maldição?</div><div style="text-align: justify; ">- Não. Para destruir o livro antes que alguém o volte a ler.</div><div style="text-align: justify; ">De repente, ouvi um barulho.</div><div style="text-align: justify; ">- Que foi isto? – perguntei</div><div style="text-align: justify; ">- É melhor sairmos daqui.</div><div style="text-align: justify; ">Depois daquela conversa com a Kate tomei uma decisão, tinha que contar à polícia que tinham roubado algo para que eles voltassem a abrir o caso. Tinha que falar com a Emma, por isso, enquanto ia para casa dela, liguei-lhe mas não me atendeu. Então deixei mensagem.</div><div style="text-align: justify; ">‘Emma, é o James. Vou agora para tua casa, tenho uma coisa para te contar sobre o diário. E vou informar a polícia que te roubaram algo no assalto.’</div><div style="text-align: justify; ">Bati à porta mas ela não estava em casa. Voltei a ligar-lhe mas, mais uma vez, não atendeu. Decidi ir-me embora, comecei a atravessar a rua. De repente ouvi um carro que vinha em grande velocidade. Olhei para o lado e o carro vinha… na minha direcção.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-86694842511518458902011-02-02T15:01:00.000-08:002011-04-01T14:28:49.749-07:00The Book :: Capítulo XIII - Identidade<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;">Assim que a Emma desligou, fui para o quarto. Estava sem cabeça para mais um problema. Precisava de descansar, de me livrar das coisas más nem que fosse apenas por umas horas.</div><div style="text-align: justify;">Que tinha acontecido à minha, comum e normal, vida? Eu só queria que tudo voltasse a ser como era. Feliz, era isso que eu queria voltar a ser.</div><div style="text-align: justify;">De manhã, quando acordei, fui a casa da Emma para falar melhor com ela. A casa ainda estava um caos. Havia cadeiras partidas, livros rasgados, vidros e loiça em pedaços, tudo espalhado pelo chão do apartamento. Tinham procurado pelo diário por todos os cantos.</div><div style="text-align: justify;">- Destruíram quase tudo. O que levaram? – perguntei.</div><div style="text-align: justify;">- Nada.</div><div style="text-align: justify;">- Nada?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, não levaram nada meu. Partiram tudo e apenas levaram o diário.</div><div style="text-align: justify;">- Isso quer dizer…</div><div style="text-align: justify;">- Quer dizer que quem fez isto sabia o que andava à procura, não foi um simples assalto, foi planeado.</div><div style="text-align: justify;">- Mas então porque é que partiram tudo?</div><div style="text-align: justify;">- Não sei, James. Por diversão? Para deixarem um aviso? Sei lá…</div><div style="text-align: justify;">- Já chamaste a polícia?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, e vieram logo de manhã recolher informações e impressões digitais.</div><div style="text-align: justify;">Passaram dois dias e a Emma telefonou-me para a encontrar no café.</div><div style="text-align: justify;">- Já tens alguma novidade? – perguntei.</div><div style="text-align: justify;">- Sim, tenho.</div><div style="text-align: justify;">- E então?</div><div style="text-align: justify;">- Nada, não encontraram nada. E como eu disse que não tinha levado nada, arquivaram o caso.</div><div style="text-align: justify;">- Não acredito, sem pistas nunca mais vamos descobrir quem levou o diário.</div><div style="text-align: justify;">- Foste tu quem o trouxe, enquanto ias para minha casa ninguém te seguiu ou te viu com o diário?</div><div style="text-align: justify;">- Não reparei, mas acho que ninguém me estava a seguir mas…</div><div style="text-align: justify;">- Mas…?</div><div style="text-align: justify;">- Uma pessoa viu-me. Tenho de ir.</div><div style="text-align: justify;">- James! Onde vais?</div><div style="text-align: justify;">Sai do café e fui em direcção à biblioteca. Procurei e por fim encontrei-a, a Kate. Fui ter com ela, agarrei-lhe no braço e perguntei-lhe:</div><div style="text-align: justify;">- Quem és tu?</div><div style="text-align: justify;">- James, que se passa?</div><div style="text-align: justify;">- Quem és tu? – voltei a perguntar, apertando-lhe mais o braço.</div><div style="text-align: justify;">- Sou eu, a Kate. Estás a magoar-me.</div><div style="text-align: justify;">- Apareceste do nada com todas as respostas às minhas perguntas. Quer saber o teu nome completo!</div><div style="text-align: justify;">- Está bem, está bem eu digo-te. Mas larga-me, estás a magoar-me.</div><div style="text-align: justify;">Larguei-a e ela respondeu à minha pergunta:</div><div style="text-align: justify;">- Chamo-me Kate. Kate… Taylor.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-54276778956025049552011-02-02T10:21:00.000-08:002011-04-01T14:29:08.746-07:00The Book :: Capítulo XII - Roubado<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Os meus olhos encheram-se de lágrimas e o meu coração parecia ter ficado preso dentro de uma pequena caixa. Era difícil respirar, mas depois do impacto inicial, o sangue começou rapidamente a circular nas minhas veias, estava furioso.</div><div style="text-align: justify;">- O quê!? O pai fez o quê!? – perguntei.</div><div style="text-align: justify;">- Eu não queria, mas a curiosidade tomou conta de mim. Eu li o diário e isso foi fatal para a tua mãe.</div><div style="text-align: justify;">- Eu não estou a acreditar no que estou a ouvir. E porque não disse nada? Porquê?</div><div style="text-align: justify;">- Contar aos meus filhos que fui quem causou a morte da mãe não era o que queria fazer, não achas James? Foi por isso que escondi o que fiz.</div><div style="text-align: justify;">- O pai não tinha o direito de nos mentir desta maneira! Veja o que aconteceu agora! O John morreu, o pai sabia do diário, a culpa é sua!</div><div style="text-align: justify;">- Tu também sabias do diário, eu conheço-te, de certeza que pesquisaste sobre ele!</div><div style="text-align: justify;">- Eu não sabia que era verdade, mas o pai sabia e não contou! Eu estava preocupado consigo, pensava que algo de mau se estava a passar mas afinal estava só a esconder-se para não enfrentar os problemas! Queria apagar o que fez!</div><div style="text-align: justify;">- James, eu não...</div><div style="text-align: justify;">- Não quero ouvir mais desculpas! Chega! Porque é que não destruiu o diário? Porque decidiu fazer este mistério em volta dele?</div><div style="text-align: justify;">A discussão estava cada vez pior, estava mesmo furioso. O meu pai sabia de tudo e não contou. Ele e os seus malditos segredos. Estava prestes a explodir de raiva.</div><div style="text-align: justify;">- O pai não vale nada! – disse enquanto me preparava para lhe dar um murro.</div><div style="text-align: justify;">- James! O que estás a fazer!? – gritou a Emma, que tinha chegado com a Soph.</div><div style="text-align: justify;">Talvez mais dois segundos e eu teria feito uma coisa que me iria, em seguida, arrepender. A Soph não se apercebeu da discussão pois tinham-lhe dado uns comprimidos para descansar. A Emma foi levá-la para o quarto e voltou.</div><div style="text-align: justify;">- Queres explicar-me o que se passou? – perguntou ela.</div><div style="text-align: justify;">Contei-lhe o que o meu pai tinha feito e porque estava a reagir assim quando ela chegou.</div><div style="text-align: justify;">Queria acabar com aquela história daquele maldito diário de uma vez por todas por isso pedi-lhe que fosse a casa e o trouxesse. Tinham sido muitas emoções para um só dia, tinha a cabeça a mil.</div><div style="text-align: justify;">Por fim, o meu telemóvel tocou. Era a Emma.</div><div style="text-align: justify;">- James, tem calma.</div><div style="text-align: justify;">- Que se passa, Emma?</div><div style="text-align: justify;">- A minha casa… A minha casa foi assaltada.</div><div style="text-align: justify;">- O quê!?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, James… Roubaram o diário.</div></div><div style="text-align: center;"><br /></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-2775586529214556622011-01-30T19:39:00.000-08:002011-04-01T14:29:55.920-07:00The Book :: Capítulo XI - Verdade<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;">Tudo mudou. Conseguia ouvir o ar a entrar quando inspirava e a sair quando expirava. Conseguia ouvir os batimentos do meu coração, sentir o sangue a circular nas minhas veias.</div><div style="text-align: justify;">Estava como que em câmara lenta. Olhei à minha volta. Vi a Sophie a tocar na cara do John mas ele não se mexia e tinha a cabeça decaída, a Emma estava ao meu lado acho que estava a chamar-me, mas não a ouvia. Estava em estado de choque, acho eu. Aos poucos comecei a voltar ao normal.</div><div style="text-align: justify;">- John! Responde, John! Fala comigo! – gritava a Soph.</div><div style="text-align: justify;">- James, estás bem? James! – gritava a Emma.</div><div style="text-align: justify;">- Que se passa? Que se passa? – disse.</div><div style="text-align: justify;">- O John foi atingido. – respondeu a Emma, a chorar.</div><div style="text-align: justify;">- O John? John! – gritei</div><div style="text-align: justify;">Sai imediatamente do carro, abri a porta da frente do passageiro onde estava o John. Quando a abri, vi-o sentado, de olhos fechados. Tinha um buraco na testa e sangue a escorrer até à cara.</div><div style="text-align: justify;">Estava petrificado, aquilo não podia estar a acontecer. O John não podia estar… não podia… estar… morto. Lembrei-me, imediatamente, do que a minha irmã tinha lido no diário: “… e foi um tiro certeiro, mesmo na cabeça. Limpo e mortal.”.</div><div style="text-align: justify;">Afinal era verdade, toda a história que a Kate me contou era verdadeira. Eu não devia ter deixado a Soph ler o diário. Eu não devia ter deixado, mas a verdade é que deixei e agora não havia solução para o John, ele estava morto. Isto queria dizer que o que eu li também se iria realizar.</div><div style="text-align: justify;">Acalmei-me, e levei o John até ao hospital.</div><div style="text-align: justify;">- A culpa é minha, James. Eu não acreditei e li o diário. – disse a Soph, a chorar.</div><div style="text-align: justify;">Abracei-a.</div><div style="text-align: justify;">- Não te culpes. Eu é que nunca te devia ter envolvido nisto. Desculpa.</div><div style="text-align: justify;">Comecei a sentir a cara molhada, estava a chorar. Sentia uma dor enorme dentro de mim.</div><div style="text-align: justify;">- Emma, ficas com o Soph?</div><div style="text-align: justify;">- Claro que sim, mas onde vais?</div><div style="text-align: justify;">- Tenho que esclarecer umas coisas com o pai.</div><div style="text-align: justify;">- Mas agora, James? Não é altura para mais discussões entre vocês.</div><div style="text-align: justify;">- Eu tenho de saber a verdade. Agora.</div><div style="text-align: justify;">Peguei no jipe e quando dei por mim já estava em casa. O meu pai estava na sala.</div><div style="text-align: justify;">- Porque é que não contou o que sabia? Porque é que não disse nada?</div><div style="text-align: justify;">- James, calma.</div><div style="text-align: justify;">- Não me peça para ter calma! Não agora!</div><div style="text-align: justify;">- Eu só estava a proteger-vos, compreende isso!</div><div style="text-align: justify;">- Pelos vistos a sua protecção não foi suficiente! Veja o que aconteceu!</div><div style="text-align: justify;">- Eu não podia contar! Eu não podia!</div><div style="text-align: justify;">- Não podia contar o quê? Diga pela primeira vez a verdade!</div><div style="text-align: justify;">- Eu não podia contar que li o diário! Eu não podia contar que matei... a tua mãe!</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-81141356583398068082011-01-26T12:56:00.001-08:002011-04-01T14:30:16.418-07:00The Book :: Capítulo X - Próxima Paragem<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify; ">Passou uma semana desde a minha irmã e eu termos lido um pouco do diário.</div><div style="text-align: justify; ">Nada aconteceu. Nada do que lemos se tornou real, o que era uma boa notícia sem dúvida, queria dizer que tudo o que a Kate me contara sobre o diário não passara de uma história que alguém tinha inventado acerca dele, mas também me deixou confuso. Se não havia nada de paranormal com o diário, porque é que o meu pai fazia todo aquele mistério, escondendo-o e preocupando-se que assim ficasse?</div><div style="text-align: justify; ">Mas naquele dia não queria pensar mais em mistérios e coisas do género, pois tinha uma espécie de passeio até às montanhas, ao qual a Sophie, o John e a Emma, quase me obrigaram a ir.</div><div style="text-align: justify; ">Peguei no diário e fui ter a casa da Emma, pois mesmo não querendo ter nada a ver com ele naquele dia, não me arrisquei a deixá-lo em casa dos meus pais e pedi à Emma para o guardar na casa dela até voltarmos, pois iria ter uma conversa muito séria com o meu pai.</div><div style="text-align: justify; ">Quando sai do carro, encontrei a Kate.</div><div style="text-align: justify; ">- Olá James.</div><div style="text-align: justify; ">- Olá. Tudo bem?</div><div style="text-align: justify; ">- Sim, que livro é esse?</div><div style="text-align: justify; ">- Não é nada de especial, apenas um livro que a Emma me emprestou. Desculpa, mas estou mesmo com pressa porque vamos dar um passeio e eu já estou atrasado.</div><div style="text-align: justify; ">- Tudo bem, andas sempre com presa. Depois diz qualquer coisa.</div><div style="text-align: justify; ">- Sim, está bem. – disse enquanto me afastava.</div><div style="text-align: justify; ">Cheguei a casa da Emma e já estavam todos à minha espera.</div><div style="text-align: justify; ">- Então James, estás pronto? – perguntou a minha irmã.</div><div style="text-align: justify; ">- Que remédio…</div><div style="text-align: justify; ">- Vá lá, James. Vai ser bom mudar de ares – incentivou-me o John.</div><div style="text-align: justify; ">Tentei convencer-me e disse:</div><div style="text-align: justify; ">- Sabem que mais? Vocês têm razão! Vamos embora!</div><div style="text-align: justify; ">- Próxima paragem: Blue Mountain! – gritou a Emma.</div><div style="text-align: justify; ">Fomos no jipe da Sophie e depois de ela e o John muito discutirem para decidir quem ia a conduzir, por fim, ela ganhou.</div><div style="text-align: justify; ">Estava tudo a correr na normalidade, o assunto ‘Diário’ não era mencionado e eu, confesso, estava a ficar mais optimista em relação à viagem, mas do nada ouvi um barulho, o vidro do carro partiu-se, a Sophie travou imediatamente, olhou para o lado e gritou:</div><div style="text-align: justify; ">- John? John? John!</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-6285684625612524742011-01-22T17:37:00.000-08:002011-04-01T14:30:27.523-07:00The Book :: Capítulo IX - Palavras, Apenas Palavras<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">O que haveria de fazer? Tinha naquele momento a oportunidade perfeita de ver, ler ou levar o diário, mas não conseguia ir buscá-lo. Uma parte de mim queria ir lá agarrá-lo, abrir e folheá-lo, ler cada palavra mas ao mesmo pensava no que a Kate me tinha dito acerca dele. Dei um passo em frente, depois outro até ficar em frente da secretária. A curiosidade estava a matar-me e não aguentei mais e coloquei a mão na capa do diário. De repente ouvi passos. Alguém estava a aproximar-se. Não pensei duas vezes, agarrei no diário e sai directamente para o meu quarto.</div><div style="text-align: justify;">Sentei-me na cama e não consegui abrir o diário, talvez por medo ou receio, não sei, em vez disso escondi-o debaixo da cama, sai para a rua e telefonei à minha irmã.</div><div style="text-align: justify;">Depois de oito tentativas e de muitas mensagens, por fim, ela atendeu:</div><div style="text-align: justify;">- Que se passa, James? Qual é a pressa?</div><div style="text-align: justify;">- Preciso que venhas urgentemente para casa. Onde estás?</div><div style="text-align: justify;">- Estou em casa dos tios, estava a pensar ficar cá a passar a noite.</div><div style="text-align: justify;">- Não! Vem para casa, há um assunto muito importante que preciso resolver contigo.</div><div style="text-align: justify;">- James, mas o que se passa? E porque não podes esperar?</div><div style="text-align: justify;">- Depois digo-te, agora preciso que venhas para casa.</div><div style="text-align: justify;">- Eu ia, mas mesmo que quisesse não posso.</div><div style="text-align: justify;">- Porquê?</div><div style="text-align: justify;">- O John levou o meu carro, mas ele vem buscar-me amanhã de manhã.</div><div style="text-align: justify;">Eu não podia sair de casa, não podia correr o risco de, como por magia, o diário desaparecer novamente.</div><div style="text-align: justify;">Não dormi durante toda a noite, tinha demasiadas coisas na minha cabeça. Pensava em tudo e em nada. De manhã, a Sophie chegou e foi ter ao meu quarto.</div><div style="text-align: justify;">- Posso saber agora qual é o assunto que tenho, com tanta importância, de resolver contigo?</div><div style="text-align: justify;">- Claro, que podes. Olha…</div><div style="text-align: justify;">Mostrei-lhe o diário.</div><div style="text-align: justify;">- Isso é… Isso é o… - disse ela.</div><div style="text-align: justify;">- Sim, o livro que o pai escondeu, mais propriamente um diário.</div><div style="text-align: justify;">Contei-lhe tudo sobre o diário estar amaldiçoado e isso tudo mas mesmo assim ela queria lê-lo.</div><div style="text-align: justify;">- Achas mesmo que essa história é real, James? Vá lá, dá-me o diário.</div><div style="text-align: justify;">Ela abriu-o e começou a ler:</div><div style="text-align: justify;">- “… e foi um tiro certeiro, mesmo na cabeça. Limpo e mortal.”</div><div style="text-align: justify;">Como um movimento inato, os meus olhos desviaram-se para as páginas do diário e acabei por ler uma frase. A minha irmã olhou para mim e disse:</div><div style="text-align: justify;">- Estás a ver? Nada aconteceu. Neste diário só estão palavras, apenas palavras.</div><div style="text-align: justify;">Mas seriam apenas palavras? Eu queria saber, mas tinha medo de descobrir.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-41247556366450954862011-01-19T12:57:00.000-08:002011-04-01T14:30:41.681-07:00The Book :: Capítulo VIII - Harry Taylor<div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span"><br /><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify; ">Fiquei parado a olhar para a rapariga. Nem queria acreditar. Podia ser ela a solução, podia ser hoje que eu ia descobrir todo o mistério que se instalara na minha casa sobre aquele livro.</div><div style="text-align: justify; ">- Está bem? - perguntou-me ela.</div><div style="text-align: justify; ">- Sim, está tudo bem. Só estava a pensar em... Desculpe, eu sou o James.</div><div style="text-align: justify; ">- Kate.</div><div style="text-align: justify; ">- Posso tratá-la por tu?</div><div style="text-align: justify; ">- Claro... James.</div><div style="text-align: justify; ">- Então que sabes sobre esse tal diário?</div><div style="text-align: justify; ">- Bem, tudo o que sei são histórias, não sei se são verdadeiras ou não.</div><div style="text-align: justify; ">- Não faz mal. Queres ir dar uma volta para conversar?</div><div style="text-align: justify; ">- Certo. Tudo bem.</div><div style="text-align: justify; ">Fomos dar uma volta pelo parque e ela contou-me sobre um velho livro que tinha:</div><div style="text-align: justify; ">- E como te estava a dizer, nesse livro é que estão escritas coisas acerca desse tal diário.</div><div style="text-align: justify; ">- Mas o que está lá exactamente?</div><div style="text-align: justify; ">- Bem, Harry Taylor era um homem normal como tantos. Tinha mulher e dois filhos. Um dia quando chegou a casa do trabalho encontrou um cenário de puro horror.</div><div style="text-align: justify; ">- Que aconteceu?</div><div style="text-align: justify; ">- A mulher e os filhos tinham sido brutalmente assassinados. Pelo menos um dos filhos, pois nunca chegaram a encontrar o corpo da sua filha.</div><div style="text-align: justify; ">Aquele cenário fez com que Harry Taylor despertasse o seu lado mais negro, ele não parou até se vingar de quem lhe tinha levado quem ele mais amava.</div><div style="text-align: justify; ">- E chegou mesmo vingar-se?</div><div style="text-align: justify; ">- Pelo que sei, não só se conseguiu vingar como também matou e torturou dezenas de pessoas até encontrar o verdadeiro assassino da sua família e era nesse diário, o que procuras, que ele escrevia tudo, como os torturava e os matava.</div><div style="text-align: justify; ">- Estou a perceber que tudo isso é horrível, mas, para além disso, o que tem de tão mau, esse diário?</div><div style="text-align: justify; ">- Dizem que Harry Taylor morreu porque todos aqueles que ele matou assombraram o livro e que enquanto ele estava a ler como tinha asfixiado um homem, segundos depois... morreu asfixiado.</div><div style="text-align: justify; ">- O quê?!</div><div style="text-align: justify; ">- Sim, parece que nada deve ser lido daquele diário. Mas isto é só uma história, não posso afirmar que é verdadeira...</div><div style="text-align: justify; ">Que história… era no mínimo inacreditável. Pouco depois voltei para casa. Tinha de contar à Soph o que descobrira.</div><div style="text-align: justify; ">Quando cheguei chamei-a mas não me respondeu, procurei por toda a casa mas ela não estava. O único sítio onde não tinha ido era ao escritório do meu pai.</div><div style="text-align: justify; ">- Sophie, estás aqui?</div><div style="text-align: justify; ">Entrei e fiquei parado a olhar para a secretária.</div><div style="text-align: justify; ">Porque parei? Porque na secretária estava... o diário.</div></div></span></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-57233184561323067912011-01-17T19:41:00.001-08:002011-04-01T14:31:07.286-07:00The Book :: Capítulo VII - Novo Rumo<div style="text-align: center;"><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Depois do que acontecera na noite passada não consegui dormir nada e de manhã telefonei à Emma, a minha namorada, para se encontrar comigo. Ela disse-me para a encontrar no café perto do seu trabalho. Quando lá cheguei ela estava muito preocupada.</div><div style="text-align: justify;">- Que se passa, James? Porquê tanta urgência em falar comigo?</div><div style="text-align: justify;">- Eu precisava de sair de casa dos meus pais, de falar com alguém e eu confio totalmente em ti.</div><div style="text-align: justify;">- Claro que podes confiar, mas conta-me o que se passa.</div><div style="text-align: justify;">- Eu acho que estou a ficar paranóico, Emma.</div><div style="text-align: justify;">- Como assim?</div><div style="text-align: justify;">- Ando louco atrás de um livro que estava numa caixa do meu pai, mas agora já não está lá...</div><div style="text-align: justify;">- Outra vez os livros?</div><div style="text-align: justify;">- Não é isso. O meu pai tem agido muito misteriosamente nos últimos dias e tem algo a ver com esse livro.</div><div style="text-align: justify;">- Mas acabaste de me dizer que já não sabes do livro.</div><div style="text-align: justify;">- Foi o meu pai que o tirou de lá, só pode. Só pode...</div><div style="text-align: justify;">Falámos durante umas horas, contei-lhe tudo o que se estava a passar e por fim fiquei mais calmo.</div><div style="text-align: justify;">- Se pensas mesmo que algo se está a passar com o teu pai, tenta falar com ele outra vez.</div><div style="text-align: justify;">- Não adianta, ele ignora as minhas perguntas e depois do que aconteceu ontem duvido que queira falar comigo.</div><div style="text-align: justify;">- Bem, eu tenho que ir andando, James. Tenho trabalho.</div><div style="text-align: justify;">- Está bem, obrigado pela conversa.</div><div style="text-align: justify;">- Sempre que precisares. Adeus.</div><div style="text-align: justify;">Já que estava pela cidade resolvi ir até à biblioteca. Podia ser que encontrasse alguma pista sobre o livro.</div><div style="text-align: justify;">Depois de procurar nalgumas prateleiras, fui até aos computadores, mas nada. Não havia nada sobre o livro. Eu também não sabia muito sobre ele, apenas como era e que era um diário pois estava escrito na capa. Irritado, levantei-me da cadeira e, sem querer, fui contra uma rapariga que acabei por derrubar.</div><div style="text-align: justify;">- Desculpe, não a vi.</div><div style="text-align: justify;">- Pois, deu para perceber isso.</div><div style="text-align: justify;">- Peço mesmo muitas desculpas.</div><div style="text-align: justify;">- Não se preocupe, já me aconteceu pior. Mas porque está assim?</div><div style="text-align: justify;">- Estou á procura de informações sobre um livro mas não encontro nada.</div><div style="text-align: justify;">- Que tipo de livro?</div><div style="text-align: justify;">Disse-lhe o pouco que sabia sobre o livro e ela respondeu:</div><div style="text-align: justify;">- Espere, eu acho que sei como ajudá-lo.</div><div style="text-align: justify;">- A sério?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, você está à procura do Diário de Harry Taylor.</div></div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-66636972062057289112011-01-16T18:42:00.000-08:002011-04-01T14:31:20.092-07:00The Book :: Capítulo VI - Segredos e Mentiras<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Não demorou muito tempo para o meu pai e o John estarem no sótão para verem o que se passava por causa do barulho.</div><div style="text-align: justify;">Quem chegou primeiro foi o John que disse:</div><div style="text-align: justify;">- Soph? Que aconteceu? Estás bem?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, estou. Não aconteceu nada de mais. Apenas arrombei a porta.</div><div style="text-align: justify;">- Arrombaste a porta? Porquê?</div><div style="text-align: justify;">- Nós tínhamos de entrar, mas o sótão estava trancado.</div><div style="text-align: justify;">Enquanto eles falavam, eu olhava incrédulo para a caixa. O livro que eu tentara levar no outro dia, desaparecera. Agora tinha 100% de certeza. Algo se passava e estava definitivamente relacionado com o livro. Mas o quê?</div><div style="text-align: justify;">O meu pai chegou ao sótão.</div><div style="text-align: justify;">- Estão loucos? - gritou - Arrombaram a porta e entraram no sótão!</div><div style="text-align: justify;">- Pai, fui eu quem destruiu a porta - disse a minha irmã.</div><div style="text-align: justify;">- Não quero saber quem fez o quê! Quero todos, todos fora daqui! Imediatamente!</div><div style="text-align: justify;">Eu continuava a olhar para a caixa.</div><div style="text-align: justify;">- E tu? O que estás a fazer com essa caixa outra vez? Não te disse para não lhe mexeres?</div><div style="text-align: justify;">- Porquê? O que tem a caixa, ou melhor, o que tinha?</div><div style="text-align: justify;">- Não te interessa! Não tens o direito de mexer nas minhas coisas, James!</div><div style="text-align: justify;">- Onde está o livro? Onde está? Foi o pai que o levou, não foi?</div><div style="text-align: justify;">- Tu não estás bem. Estão aí todos os meus livros. Do que é que estás a falar?</div><div style="text-align: justify;">- O pai sabe muito bem o que se passou no outro dia e agora escondeu o livro, o que só prova que há algo nele que não quer que seja visto!</div><div style="text-align: justify;">- James, não existe livro nenhum!</div><div style="text-align: justify;">- Agora, para além de se estar a tornar num louco, também se está a tornar num mentiroso?</div><div style="text-align: justify;">Estava exaltado, e não pensei antes de falar. O meu pai deu-me uma grande chapada.</div><div style="text-align: justify;">- Eu não te admito, James! Tu estás completamente fora de ti! Sai! Sai daqui!</div><div style="text-align: justify;">- Eu saio, mas eu prometo que vou descobrir o que está a esconder.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-57802594134048038762011-01-12T13:03:00.000-08:002011-04-01T14:31:46.634-07:00The Book :: Capítulo V - Plano<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Tínhamos tudo combinado, depois de estarem todos a dormir, eu e a Soph encontrávamo-nos e tentaríamos entrar no sótão.</div><div style="text-align: justify;">- Estás pronta para logo?</div><div style="text-align: justify;">- Sim... Acho eu.</div><div style="text-align: justify;">- Que se passa?</div><div style="text-align: justify;">- Nada, vamos a isso.</div><div style="text-align: justify;">Durante toda a tarde a Soph tentou falar com o meu pai mas ele continuou com os mistérios e a fugir ao assunto. Agora tinha a certeza que algo de muito mau se estava a passar. Não era normal ele tratar assim a minha irmã, nunca tiveram segredos um para o outro e de repente ele começava a esconder as suas coisas e a esconder-se a si próprio, a esconder-se nas suas palavras. Agora também tinha a certeza que era algo relacionado com o que ele escondera no sótão. Haveria algo escrito naqueles livros que ele não queria que fosse lido? Um segredo ou algo do género? Eu não sabia ainda mas esperava descobrir nessa noite.</div><div style="text-align: justify;">Por fim, a noite chegou, encontrei-me com a Soph e fomos até ao sótão.</div><div style="text-align: justify;">- Como vamos abrir isto, J?</div><div style="text-align: justify;">- Vou tentar partir o cadeado com este alicate.</div><div style="text-align: justify;">Eu bem tentei, de mil e uma maneiras abri-lo ou parti-lo, mas o cadeado conseguiu sempre ganhar.</div><div style="text-align: justify;">- Temos que descobrir outra maneira de abrir a porta, J. Assim nunca vamos conseguir.</div><div style="text-align: justify;">- E como?</div><div style="text-align: justify;">- Eu sei de uma maneira. Espera aqui.</div><div style="text-align: justify;">Esperei durante um pouco até que a Soph regressou com uma grande pedra.</div><div style="text-align: justify;">- O que estás a pensar fazer, Soph?</div><div style="text-align: justify;">- Sai da frente.</div><div style="text-align: justify;">- Isso vai fazer muito barulho. Pára!</div><div style="text-align: justify;">Passaram milésimos de segundos entre eu ter dito 'Pára!' e a Soph ter atirado a pedra que partiu o cadeado e a porta.</div><div style="text-align: justify;">- Tu ouviste o barulho que isso fez? Devem estar todos acordados neste momento. És louca?</div><div style="text-align: justify;">- Cala-te, J. Vamos é procurar a caixa com os livros, não era isso que querias?</div><div style="text-align: justify;">Entrámos, procurámos e encontrámos a caixa. Eu abri-a e disse:</div><div style="text-align: justify;">- Isto não pode estar a acontecer.</div><div style="text-align: justify;">- O que foi, J?</div><div style="text-align: justify;">Eu não estava a acreditar... o livro tinha desaparecido.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-10668700151832947142011-01-12T13:02:00.000-08:002011-04-01T14:32:09.488-07:00The Book :: Capítulo IV - Ajuda<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Se eu já estava preocupado com o meu pai, ainda fiquei mais depois do que se passou no sótão. Parecia que eu iria lançar um vírus mortal à escala mundial se tivesse levado o livro. Foi muito estranho e sempre que tentava falar com ele, ou mudava o assunto ou dizia a célebre frase:</div><div style="text-align: justify;">- O que no passado está, no passado deve ficar.</div><div style="text-align: justify;">Estava mesmo decidido a voltar ao sótão mas agora teria que lhe roubar a chave, arrombar a porta ou algo do género.</div><div style="text-align: justify;">O meu telemóvel tocou e atendi:</div><div style="text-align: justify;">- Estou?</div><div style="text-align: justify;">- James, é a Sophie. Estás na casa dos pais?</div><div style="text-align: justify;">- Sim, porquê?</div><div style="text-align: justify;">- Eu chego hoje e levo o John comigo.</div><div style="text-align: justify;">- Está bem. Até logo.</div><div style="text-align: justify;">- Até logo, J.</div><div style="text-align: justify;">Aquela chamada parecia-me como que um sinal, pois a minha irmã poderia ajudar-me a descobrir o que se passava com o meu pai e uma forma de entrar no sótão.</div><div style="text-align: justify;">A minha irmã e o seu namorado John chegaram e não esperei para lhe contar o que se passava:</div><div style="text-align: justify;">- Tens de me ajudar, Soph. Algo de estranho se passa com o pai e eu não sei porquê.</div><div style="text-align: justify;">- J, a mãe morreu é isso que se passa.</div><div style="text-align: justify;">- Não é só isso, ele escondeu todos os livros no sótão e trancou-o.</div><div style="text-align: justify;">- Os livros? Mas porquê?</div><div style="text-align: justify;">- Não sei, é por isso que preciso que me ajudes a entrar no sótão para ver de que livro se trata.</div><div style="text-align: justify;">A minha irmã não estava muito confiante mas por fim disse:</div><div style="text-align: justify;">- Espero não me arrepender.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-54068838707793715452011-01-07T14:22:00.001-08:002011-04-01T14:32:30.943-07:00The Book :: Capítulo III - Fechado<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Estava cada vez mais curioso para descobrir o que fez o meu pai esconder todos os seus livros de tudo e de todos. Não consegui aguentar e fui até ao sótão. Procurei em todas as caixas e baús até que encontrei uma grande caixa de cartão onde estavam todos os livros. Eram mais ou menos uns 100, todos muito velhos e de autores muitos interessantes. Não encontrei nada de anormal, de estranho com aqueles livros, então peguei num e quando me virei o meu pai estava atrás de mim e disse:</div><div style="text-align: justify;">- James, coloca o livro na caixa.</div><div style="text-align: justify;">Tentei perguntar-lhe porquê mas ele não me deu a oportunidade e voltou a dizer:</div><div style="text-align: justify;">- Coloca o livro na caixa. Agora!</div><div style="text-align: justify;">Fiz o que me disse e rapidamente ele fechou a caixa e empurrou-a para um canto do sótão, por detrás de todas as outras coisas e fez-me sair. Tirou uma chave do bolso e trancou a porta do sótão.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-83096014938964324332011-01-07T14:20:00.000-08:002011-04-01T14:32:47.025-07:00The Book :: Capítulo II - Mudanças<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Sou historiador e um verdadeiro amante de livros. Sou obcecado por primeiras edições e passo grande parte do meu tempo a ler e a estudar os meus livros.</div><div style="text-align: justify;">A minha mãe morreu há poucos dias e eu decidi voltar para casa para ficar perto daquilo que me faz lembrar dela. As paredes, as portas, a mobília, tudo tem um pouco que me traz a sua recordação.</div><div style="text-align: justify;">O meu pai tem a mesma paixão que eu em relação aos livros, ou pelo menos tinha, agora ele diz já não acreditar neles, que não são nada mais do que a passagem da loucura dos autores para o papel e que prefere ficar só com a sua loucura do que andar a coleccioná-las.</div><div style="text-align: justify;">Nunca entendi o que o fez realmente encaixotar todos os seus livros e levá-los para o sótão, pois o amor que ele tinha por eles não podia simplesmente ter morrido da noite para o dia.</div></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2648376031708027364.post-58122051620129199552011-01-07T11:52:00.000-08:002011-04-01T14:33:11.943-07:00The Book :: Capítulo I - Livro<div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Não é um livro qualquer, não é sequer apenas um livro, é mais do que isso, é um mundo... que se torna real após ser lido, mas isso até não seria um problema se toda a história desse livro fosse boa, o que na realidade não é.</div><div style="text-align: justify;">É um diário de um psicopata, onde o mesmo escreveu todas as suas fantasias mais ousadas e sangrentas.</div><div style="text-align: justify;">Este livro é considerado um grande perigo. Dele não deve ser lido um parágrafo ou, simplesmente, uma frase pois tudo pode acontecer dependendo do que for lido.</div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>E porque falo nele agora? Ele destruiu tudo o que mais amava.</i></div></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: center;"><i><br /></i></div>Luis Calistohttp://www.blogger.com/profile/07413286810090556761noreply@blogger.com0