The Book :: Capítulo XII - Roubado

Os meus olhos encheram-se de lágrimas e o meu coração parecia ter ficado preso dentro de uma pequena caixa. Era difícil respirar, mas depois do impacto inicial, o sangue começou rapidamente a circular nas minhas veias, estava furioso.
- O quê!? O pai fez o quê!? – perguntei.
- Eu não queria, mas a curiosidade tomou conta de mim. Eu li o diário e isso foi fatal para a tua mãe.
- Eu não estou a acreditar no que estou a ouvir. E porque não disse nada? Porquê?
- Contar aos meus filhos que fui quem causou a morte da mãe não era o que queria fazer, não achas James? Foi por isso que escondi o que fiz.
- O pai não tinha o direito de nos mentir desta maneira! Veja o que aconteceu agora! O John morreu, o pai sabia do diário, a culpa é sua!
- Tu também sabias do diário, eu conheço-te, de certeza que pesquisaste sobre ele!
- Eu não sabia que era verdade, mas o pai sabia e não contou! Eu estava preocupado consigo, pensava que algo de mau se estava a passar mas afinal estava só a esconder-se para não enfrentar os problemas! Queria apagar o que fez!
- James, eu não...
- Não quero ouvir mais desculpas! Chega! Porque é que não destruiu o diário? Porque decidiu fazer este mistério em volta dele?
A discussão estava cada vez pior, estava mesmo furioso. O meu pai sabia de tudo e não contou. Ele e os seus malditos segredos. Estava prestes a explodir de raiva.
- O pai não vale nada! – disse enquanto me preparava para lhe dar um murro.
- James! O que estás a fazer!? – gritou a Emma, que tinha chegado com a Soph.
Talvez mais dois segundos e eu teria feito uma coisa que me iria, em seguida, arrepender. A Soph não se apercebeu da discussão pois tinham-lhe dado uns comprimidos para descansar. A Emma foi levá-la para o quarto e voltou.
- Queres explicar-me o que se passou? – perguntou ela.
Contei-lhe o que o meu pai tinha feito e porque estava a reagir assim quando ela chegou.
Queria acabar com aquela história daquele maldito diário de uma vez por todas por isso pedi-lhe que fosse a casa e o trouxesse. Tinham sido muitas emoções para um só dia, tinha a cabeça a mil.
Por fim, o meu telemóvel tocou. Era a Emma.
- James, tem calma.
- Que se passa, Emma?
- A minha casa… A minha casa foi assaltada.
- O quê!?
- Sim, James… Roubaram o diário.

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